sexta-feira, 24 de junho de 2011

MAIS REPRESSÃO DO ESTADO: A LUTA DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO É ILEGAL?



A terceira semana da Greve dos Trabalhadores da Educação está encerrando hoje, 24 de junho, e até agora, em nenhum momento desta greve, o ilustríssimo Governador do Estado de MT, Silval Barbosa, se dispôs a conversar com a categoria, sempre alegando compromissos mais "importantes", sendo incumbida para tal a responsável pela Secretária da Educação no Estado, a senhora Rosa Neide. A situação tem sido muito clara: como o DIÁLOGO não avança com a Secretária, pois esta só se restringe em afirmar aquilo que todos (as) já estão cansados de ouvir - "não tem recurso", "não tem planejamento", etc., etc.(mas tem pra bancar propaganda em televisão aberta e aumento de salário de parlamentar) -, a categoria tem buscado conversar diretamente com o Governador do Estado. Todavia, uma audiência com o Governador do Estado tem sido tão difícil quanto uma audiência com o Presidente dos EUA, pois o mesmo tem fugido do DIÁLOGO com a categoria, como o diabo foge da cruz...

Por outra via, enquanto se negam ao DIÁLOGO com os Trabalhadores da Educação do Estado, têm ido à Mídia Coorporativa quase que diariamente desqualificarem a luta dos Trabalhadores, conclamando aos mesmos que voltem à sala de aula, pois segundo a "versão oficial", estamos prejudicando cerca de 400 mil estudantes no Estado inteiro! Ou seja, na visão dos gestores do latifundio, somos nós, trabalhadores da educação, os responsáveis por todo fracasso que é a Educação Pública neste país! Somos nós, trabalhadores desmotivados que mal ganham pra 'sobreviver', os responsáveis pelo "caos na educação"! Tudo ocorreria de maneira maravilhosa, segundo os tais gestores, se simplesmente os trabalhadores voltassem com o "rabo entre as pernas" à sala de aula e se calassem...

E como se não bastasse, a REPRESSÃO do Estado assumiu outra forma: no último dia 22 de junho, depois do pedido 'duvidoso' do Governo do Estado de MT, o Desembargador José Tadeu Cury (grave bem este nome e depois faça uma pesquisa na internet...) decretou ilegalidade da greve! Isso mesmo, o senhor desembargador entendeu que todas as reivindicações da categoria são ILEGAIS, mesmo diante de uma série de estudos que escancaram a DESVALORIZAÇÃO explícita da categoria em relação a outras profissões, ao escasso investimento na educação no Estado de MT (era pra ser até 35% do orçamento do estado, mas atualmente é 25%...)!!! Segundo a Procuradoria do Estado, a greve teria se tornado ILEGAL porque estaria impedindo a prestação de serviço público, que é ESSENCIAL num Estado de Direito, como se esse serviço público tivesse sido prestado em algum momento na história da educação pública deste país, com alguma eficiência ou qualidade... Esta liminar, em outras palavras, é um golpe baixo não somente aos trabalhadores da educação, que estão tentando um DIÁLOGO de todas as formas com os gestores do Estado, mas até mesmo ao próprio instrumento de luta conquistado historicamente pelos trabalhadores deste país, que é a GREVE. Simplesmente, querem NEUTRALIZAR, por meio dos poderes ILIMITADOS que hoje possui o judiciário neste país, a nossa voz e nossa indignação.

De acordo com informações do Sintep, a Assessoria Juridica da Entidade já está recorrendo a esta referida decisão e, na segunda-feira (27/6), acontecerá uma Assembléia Geral dos Trabalhadores da Educação de MT, na Escola Presidente Médici, a partir das 14:00h, para decidirem uma tomada de posição sobre a Greve.

Por fim, o que precisamos fazer para que os gestores públicos deste Estado entendam e compreendam a nossa força? Uma GREVE GERAL? Eis a pergunta que tem pairado no ar...

* Nota escrita pelo Prof. Me. Bruno Rodrigues



6 comentários:

  1. Penso que a GREVE GERAL é um recurso legítimo neste momento. Talvez, assim consigamos chamar a atenção para os problemas que não é só da Educação, mas de toda a classe trabalhadora.

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  2. Bom texto Bruno! Será que até segunda-feira sai alguma posição quanto ao recurso do Sintep?

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  3. Está muito claro, a meu ver, a decisão que será sugerida pela direção do Sintep segunda-feira na Assembléia GEral: diante da decisão da (in)justiça de MT, o sindicato acha por bem retornar as aulas com a proposta de aumento de 5% para setembro (ainda incerta). O fim dessa greve nos envergonhará no retorno Às aulas, mas isto não se deve apenas a esta decisão judicial, recapitulemos:a secretária de educação pressionou as escolas por meio dos diretores para fazerem reuniões para "furar a greve" e também considero que o Sintep a poupou de críticas (por ela ser do PT? é o que tudo indica). O Sintep poderia ter sido mais combativo, o que só aconteceu nesta última semana quando algumas escolas voltaram a funcionar. Com isso a greve perdeu força. E nesse momento de fraqueza, o governador Silval, que durante todo o tempo se recusou a receber o sindicato, acionou a procuradoria geral do Estado e conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça , proferida pelo desembargador José Tadeu Cury (investigado por venda de sentença). Parece-me que a decisão na Assembléia de sgunda-feira, diante desta liminar e da insistência em "furar greve" de outros colegas da categoria (lembre-se: incenivados pela Secretária de educação que preferiu dialogar com os diretores a dialogar com o sindicato que a poupa de críticas) será pela volta as aulas. Justo no momento em que EMPAER, SEMA declararam greve e o governo Silval se vê acuado.

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  4. Comentário pertinente do José Antônio. Se o Sintep sugerir o fim da greve, no caso de não conseguir reverter juridicamente a sua "ilegalidade", considero que será uma decisão sensata, visto que não dá para pedir que os profissionais da educação continuem em greve com o ponto cortado.
    Mas precisamos ficar atentos às medidas que o Sintep está tomando para reverter a liminar concedida ao governo pelo DESEMBARGADOR-ZUMBI. Precisamos nos certificar de que o sindicato realmente está envidando todos os esforços possíveis e impossíveis para que os trabalhadores da educação continuem em greve, de forma legal, até que o GOVERNADOR-FUGITIVO atenda às reivindicações da categoria. Se tivermos que voltar para a sala de aula, que seja depois do esgotamento de todas as possibilidades de luta, e não porque o Sintep fez corpo mole.

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  5. Pessoal,

    por falar em sindicato, solicitei ao Sintep, em 'Fale com o Sintep' o envio da pauta de nossa greve e até o momento não recebi pelo meu e-mail.

    Alguém tem a pauta completa?

    Prof. Wilson

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