sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"NOSSAS CONQUISTAS SÃO DO TAMANHO DA NOSSA LUTA" (Autonomia e Luta N. 8).

Moradores e estudantes cuiabanos barrados na porta da Câmara...

Temos acompanhado há pouco mais de três meses uma série de mobilizações no Chile em prol de uma educação pública e de qualidade. Essas mobilizações são resultado não só de uma educação precária, mas de todo um sistema político mercadológico e individualista e refletem o desgaste da sociedade chilena com o projeto político neoliberal implantado por Pinochet na ditadura militar. Ou seja, são resultados diretos de um período de terror em que era impossível travar um diálogo entre sociedade e governo.

A ditadura militar chilena acabou há 21 anos, mas seus resquícios ainda estão vivos, tanto nos projetos políticos quanto na truculência do Estado. No caso do Brasil não tem sido diferente, a cada manifestação popular enfrentamos uma repressão estatal sem pudor, além de vermos os projetos neoliberais se tornando cada vez mais intensos. Tudo isso tendo sempre o respaldo da grande mídia para declarar que houve excessos por parte dos trabalhadores indignados e as ‘autoridades’ tomaram as medidas necessárias.

Recentemente aconteceram uma série manifestações em Cuiabá contra a privatização da Sanecap, trabalhadores e estudantes foram às ruas exigir que continuasse a ser uma empresa pública e passasse a ter maior qualidade, porém nossos protestos foram plenamente ignorados e contra a vontade da maioria esmagadora da população, foi decidido que a Sanecap passaria a ser administrada e render lucros por organizações privadas.

Os trabalhadores da educação vêm reivindicando direitos importantes para a categoria, como a hora atividade para os professores interinos e um piso, extremamente rebaixado, de R$ 1.312,00. Porém os responsáveis por atender tais demandas simplesmente se negam a discutir minimamente com os trabalhadores, demonstrando assim, a sua faceta intransigente e autoritária. Portanto se faz necessária uma ação forte por parte dos trabalhadores para que sejam ouvidos, já que as mesas de negociações, que raramente acontecem, não colocam na discussão a verdadeira necessidade dos trabalhadores.

Vivemos em uma falsa democracia, mal temos a liberdade de manifestação e ainda somos barrados ao tentar entrar em prédios públicos onde a mensagem na porta é ‘Pode chegar a casa é sua’. Um diálogo entre sociedade e governo ainda é cheio de obstáculos, para não dizer impossível, pois mesmo quando o governador Silval Barbosa marcou uma reunião com representantes da categoria dos trabalhadores da educação ela não foi realizada porque ele se ausentou, além de declarar publicamente que não dialoga com os setores grevistas, tentando tirar a legitimidade de um dos instrumentos de luta mais fortes dos trabalhadores. Nos indagamos se vivemos realmente em uma democracia ou em uma ditadura velada (já quase escancarada) disfarçada pelos processos eleitorais.


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quarta-feira, 6 de julho de 2011

"Nada a Temer Se Não o Correr da Luta" (Autonomia e Luta - Nº 7)


É lamentável constatar que não há limites para o desrespeito do governo com os trabalhadores e trabalhadoras da educação em Mato Grosso.

A postura intransigente do governador Silval Barbosa, ao declarar publicamente que não está disposto a negociar com categoria em greve, pronunciada a princípio para os trabalhadores da saúde e repetida na greve dos trabalhadores da educação, explicita ainda mais a política autoritária empregada por esse governo que, mesmo aos poucos meses de gestão, impõe péssimas condições de vida para os trabalhadores e ainda criminaliza qualquer tentativa de luta por parte da população.

A greve da educação iniciou muito forte, pois a demandas se acumulam nas unidades escolares e a insatisfação é geral.

Conseguimos uma forte adesão nas duas primeiras semanas. No entanto, a inércia e morosidade da direção central e das subsedes de Várzea Grande e Cuiabá enfraqueceram o movimento que era quase unânime.

Ao mesmo tempo, a Seduc e o governo não foram morosos na arte de reprimir e ameaçar.

Foram feitas reuniões e mais reuniões coagindo os participantes. Com forte destaque na pressão aos interinos que constituíam a maior parte da categoria mobilizada. A gestão democrática que deveria representar a comunidade escolar, na maior parte das vezes, fez o papel de órgão repressor e correia de transmissão da SEDUC nas unidades. As ameaças também chegaram às unidades da CEFAPRO, que é composta de trabalhadores, mas que a SEDUC acredita estarem a serviço do governo. Os educadores dessas unidades foram proibidos de participar das Assembléias e sofreram forte pressão para não aderirem à greve sob ameaças de corte da gratificação. Também foram orientados a desarticular a mesma, utilizando, inclusive, a chamada “sala do educador”.

A pressão que muitos colegas se submeteram denuncia, entre outras coisas, a pouca presença do sindicato nos espaços escolares ao longo de vários anos, gerando insegurança com as posturas de sua direção que recua a luta por interesses eleitoreiros como fez em outros momentos.

Soma-se a isso que a mesma direção do sindicato que não se esforça em realizar um sindicalismo de base adotou uma postura extremamente centralizadora ao longo das atividades de greve, monopolizando o microfone durante os atos; impedindo a formação de um comando de greve; centralizando holofotes nas suas lideranças que usam nosso sindicato como trampolim político, ignorando pautas levantadas pela categoria e conduzindo as negociações conforme suas orientações partidárias.

O último ato do dia 30, apesar da forte adesão da categoria, foi desmobilizado e perdeu o caráter de protesto diante de uma articulação da cúpula petista representada pelo ex-deputado Alexandre César e o deputado Bruneto com a direção.

O que observamos foi a tentativa de fabricar uma saída "vencedora" a partir de uma “nova velha” proposta que em nada atende nossas reivindicações e reafirma o caráter autoritário do governo e da SEDUC (PMDB/PT), ficando claro que essa direção não encaminhou minimamente a luta pela hora atividade, pois não tivemos nenhuma resposta do governo para esse ponto.

Infelizmente, a direção do SINTEP, mais uma vez, caminha no sentido de abortar a luta da categoria, fazendo um malabarismo retórico para enxergarmos numa velha proposta, alguma novidade, selando nossa greve que tem sido em muitos aspectos exemplar para diversas categorias do Estado. Procuram, como sempre, apresentar derrotas como se fossem vitórias.

É hora de dar um basta a essa cultura de desmobilização que lastimavelmente impera no SINTEP ao longo dos últimos anos.

Vamos seguir firmes em nossa luta por melhores condições de trabalho, por valorização salarial e por um sindicato comprometido com as lutas dos trabalhadores e não com conchavos de gabinete. Por uma prática combativa no dia a dia das escolas nem um passo atrás, avançar em novas conquistas.

Quem é o Juiz que decretou a ilegalidade da greve? A liminar foi concedida pelo desembargador José Tadeu Cury que foi condenado no ano passado, por desvio de dinheiro da justiça para construção de um templo maçom, ele também foi acusado por venda de sentenças além de está envolvido em inúmeros escândalos. Obviamente esse senhor não tem legitimidade para julgar nosso movimento.

Ilegal é o desembargador José Tadeu Cury e o governador Silval.

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* Autonomia e Luta é um boletim produzido por trabalhadores da educação inconformados com a precarização da educação e descontentes com o imobilismo da direção sindical (SINTEP).

Esse é o n° 07 circulando especificamente para a Greve da Rede Estadual. Pedimos para quem tiver o interesse de formentar o debate sobre a educação e suas lutas reencaminhar o email.

Esse boletim circulou na Assembléia Geral da rede estadual no dia 04 de julho de 2011 a mesma que suspendeu a greve. Realizada na Escola Estadual que leva o nome do ditador Emílio Garrastazu Médici.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

ASSEMBLÉIA GERAL DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO SUSPENDE A GREVE!

Após um longo debate, marcado por denuncias sobre a falta de "firmeza" dos dirigentes do Sintep-MT no decorrer da Greve, causada, segundo alguns professores (as), pelo atrelamento dos mesmos com o partido político do qual pertence a Secretária (PT), a Assembléia Geral dos Trabalhadores da Educação, decidiu suspender a Greve, com indicativo de novas mobilizações para Setembro, quando é aguardado o Reajuste Salarial reivindicado pela categoria.

Os principais argumentos utilizados pelos defensores do fim da greve se basearam majoriariamente no enfraquecimento do movimento grevista após o decreto do status de "ilegal" e ameaça de corte de pontos, que desmobilizou a categoria.

Segundo as lideranças do movimento, a orientação é que os professores voltem às salas de aulas, mas a categoria permanece ainda em "estado de greve" até o mês de Setembro, quando foi sinalizado o Aumento do Piso.

HOJE ACONTECERÁ ASSEMBLÉIA GERAL DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO NO E.E. PRESIDENTE MÉDICI.

Isso aconteceu em em Jaraguá do Sul - SC...



Daqui a pouco, a partir das 14:00h na E.E. Presidente Médici, acontecerá a Assembléia Geral dos Trabalhadores da Educação, que promete ser 'decisiva' para os rumos da Greve iniciada no último dia 6 de junho. A situação é delicada, pois além das pressões perpetradas de todas as formas possíveis do Governo Estadual em cima dos Trabalhadores (pela mídia coorporativa, judiciário, ameaças de corte de ponto, etc), algumas escolas começaram a enfraquecer o movimento grevista, retornando aos poucos às atividades normais sem o aval da Assembléia - lamentavelmente...

Bem sabemos que o corte de pontos e as ameaças de demissão são situações complicadas (e dependo da situação, até justificáveis), entretanto, o que há de se lamentar é a atitude de alguns profissionais: agem como "testa de ferro" do Governo do Latifúndio e Coronéis, no sentido de se mobilizarem e perseguirem àqueles que ainda não cederam, quando deveriam apoiá-los. Isso vale para toda comunidade escolar, que tem adotado o "discurso da precarização" ao repetirem em coro, com a mídia comprada, de que "400 mil alunos estão prejudicados com a greve"... De uma vez por todas, não é a greve que prejudica esses alunos, mas sim o DESCASO COM O ENSINO PÚBLICO! No papel e no discurso tudo é lindo (educação é prioridade, profissional tem que ser valorizado, 35 % do orçamento é para educação, etc., etc...), mas a prática acontece justamente o contrário... Promessas e mais promessas... "Até quando esperar?"

Portanto, você, estudante de escola que ainda permanece em greve, ou de escola que resolveu voltar, apóie esta causa! No lugar de compactuar com esse descaso, compareça na Assembléia de hoje a tarde! Diga NÃO à corrupção, a Repressão e a falta de ética!

"A GREVE É MORAL" por Bruno Boaventura.



Houve um, entre tantos magistrados, que decidiu que a greve dos profissionais da educação é ilegal. Não foi motivo jurídico que fundamentou esta decisão mas, sim, ético. Tratou-se de sopesar a sociedade contra a sociedade: do direito dos filhos dos pobres sem aulas em face da luta dos profissionais da educação contra um salário de miséria. O erro é não encarar ambas as coisas como partes de um todo só, são indissociáveis. Estaria o desembargador moralmente cego, para não ver que a questão é pela luta social por uma educação pública de qualidade em face da corrupção estatal da prioridade de investimento público na educação.

Não há magistrado que possa declarar que a greve dos profissionais da educação de Mato Grosso é imoral. Não por estarem todos cegos à moralidade. Sendo estudantes de escolas públicas como foram, por serem filhos e netos de professoras aposentadas da rede pública como são, conhecem que é na sala de aula, da escola pública, que se muda uma nação.

Ao menos sabem todos que a nação em que vive não é a que foi concebida na Constituição Federal. A Constituição Federal que também assegura o direito a greve, pouco se cumpre, muito se interpreta, e a legalidade se impõe ou relaxa com uma caneta de um homem. Tão simples. Deveriam ter a certeza de que a moralidade da greve continua existindo.

O erro é acreditar que a moralidade da luta pertence somente aos que visivelmente sofrem. Não pertence só os filhos dos pobres e dos profissionais da educação. A verdade é que toda a sociedade adoece com a violência dos males desta corrupção, pagando impostos para serviços públicos e também pela educação, segurança e saúde.

Esta moralidade a caneta não afastou. O que o Governador fará para afastar a moralidade da greve, chamará os pastores alemães para trucidar a caravana? Aos cassetes com os grevistas? Banana destemperada na televisão? Todos os outros foram, mas afinal, é de rei, este Governo?

Aos acampados na praça Ulisses Guimarães, tenham certeza de que o vôo do pássaro petrificado, em homenagem à este grande movimentador da democracia brasileira, não pode ser abatido em plena decolagem.

Façam de seu bico, a sua voz, gritem pela internet que #agreveémoral. Façam de suas garras, a sua arma, exijam a saída da Secretária de Educação.

Façam de sua plumagem, a nova vestimenta dos movimentos sociais, a desobediência civil como exemplo para decisões imorais.

*Bruno J.R. Boaventura é advogado em Mato Grosso

sábado, 2 de julho de 2011

"A desafinar o silêncio dos descontentes" por José Antônio Moreira.



O ataque às organizações sociais e sindicais dos trabalhadores representa um duro golpe desferido contra a democracia e o valoroso (apenas em discurso?) exercício da cidadania.

No contexto da greve dos trabalhadores da educação de Mato Grosso a afirmação com que inicio este texto ganha um sentido específico, pois na última terça-feira o governador do estado Silval Barbosa vem a público ratificar a sua posição de não dialogar com grevistas. Esquece-se (ou ignora) que a política (utilizo as palavras do filósofo Karl Jaspers) trata da livre coexistência e, portanto, subjuga a violência por meio do debate, do pacto, da busca de uma vontade comum através de caminhos legais e éticos. Logo, a postura do governador não está em consonância com a posição que ocupa. Mas, vamos adiante, à sua incoerência.

Silval Barbosa ao afirmar que não negocia com grevista se esquece (ou prefere ignorar) que seu governo ofereceu aos funcionários – paralisados! - da EMPAER uma contraproposta (aceita pelo sindicato da categoria) que estabelece uma recomposição salarial imediata de 35 %, somado ao mesmo percentual (35%) para 2012 e mais 30% para 2013. Segundo informações divulgadas pelas mídias o acordo foi costurado pelo secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar juntamente com o secretário de Administração do Estado. Compreendemos, assim, que o seu discurso não condiz, neste caso, com a atitude por parte de seu governo. Mas isto me leva a outra questão: como tem se comportado a secretária de Educação ante a paralisação?

É sintomático que as escolas de Cuiabá e Várzea Grande tenham feito reuniões, realizadas sempre nos mesmos dias - de maneira orquestrada - para discutir o retorno às aulas, forçando decisões unilaterais que ignoram a decisão soberana da Assembléia Geral da categoria. Os trabalhadores da educação se viram diante de coerções de todo tipo. Num primeiro momento, a coerção nas escolas, por meio de alguns diretores e coordenadores (e fomentadas por quem?). Num segundo momento, a intimidação passa a se dar por meio e a partir da liminar concedida pelo desembargador José Tadeu Cury - para quem a greve dos professores é ilegal - em favor do governo do Estado. Mas também me pergunto: por que alguns membros da direção do Sintep, durante algum tempo pareceram poupar a secretária de críticas? Dentre outras coisas percebo dois aspectos: um talvez seja o temor de que o PT perca a secretaria, o temor de que “companheiros” percam certos privilégios, certas ocupações no Estado; o outro, remete-me ao laço afetivo de alguns trabalhadores com o PT, digo laço afetivo pois não se trata da luta por uma causa comum nem mesmo da postura ou dos resultados alcançados pelo partido no poder. A questão é: tanto um aspecto como outro tem, no mínimo, silenciado muitos.

O ato público da última quinta-feira (comovente, por sinal) foi combativo se não pensarmos no silêncio ante o Palácio do Governo após a entrega, por meio do ex-deputado Alexandre César e do deputado Valmir Bruneto, da “nova” (velha) proposta do Governo do Estado. E curiosamente após a leitura da mesma, o silêncio reinou mesmo após seu conteúdo ser exposto (sem nada de novo) – assombrou-me a indiferença da maioria do movimento ante o grito daqueles que desafinavam o mesmo silêncio. O que esse silêncio quis comunicar? Prefiro aguardar. Vamos à única conclusão possível até agora.

A obrigação moral deve emergir de todos esses escombros, e o compromisso ético com a educação deve prevalecer nos esclarecidos, para quem lei e ética não são a mesma coisa (curiosamente era isso que ensinava aos meus alunos de terceiro ano, quando foi deflagrada a greve). Podem se fundir em algum momento, mas em outros (muitos) não: quando a Justiça se configura num sistema de leis que legaliza a injustiça (utilizo aqui as palavras de Millor Fernandes) cabe a nós, às vezes, sermos ilegais para preservar a ética. Disso depende a ética (como aponta o filósofo político e professor da USP Renato Janine Ribeiro): de pequenos atos de heroísmos. Não nos esqueçamos: a nossa permanência em greve ante tanta coerção representa um ato heróico. Termino este texto com o único conforto possível neste momento: um abraço fraterno em cada um dos companheiros (as) professores que, em meio a tanta prepotência e truculência, tem permanecido forte em nome de um valor mais elevado. Disso depende a dignidade de cada um de nós, disso depende a dignidade humana.


* José Antônio Moreira é professor de Sociologia.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

SOBRE ATO PÚBLICO DE ONTEM E ASSEMBLÉIA GERAL NA PRÓXIMA SEGUNDA (4/7)!


Ontem cerca de 400 trabalhadores da Educação Marcharam pelo Centro Político Administrativo de MT, passando pelos principais prédios da Administração Pública do Estado, exigindo mais atenção do Governo com a Educação e com os trabalhadores, em vista das últimas declarações do Ilustre Silval Barbosa, chamadas por alguns de "fascistas", de que o mesmo "não conversa com grevista". Mais uma vez nosso querido governador demonstrando imenso despreparo e intolerância! Será que a sua Assessoria não lhe informa que a categoria dos Trabalhadores da Educação é a maior do Estado (cerca de 30 mil servidores) e que tem poder suficiente para derrubar, se for preciso, toda "corte", inclusive o "Rei"? Tanto é o despreparo do Sr. Governador, que o mesmo nem tem coragem de conversar diretamente com a categoria, por medo ou autoritarismo. Ora manda a sua "testa de ferro", a Senhora Secretária Rosa Neide(chamada por alguns de "Rosa de Hiroshima") conversar com a categoria, ora se manifesta por deputados pelegos e oportunistas, como Alexandre Cézar (PT).

De qualquer forma, ontem, durante a passeata realizada no Centro Político Administrativo, foi entregue aos grevistas, por intermédio de deputados petistas, um 'novo ofício' do Governo do Estado, contendo "velhas  propostas" e um tranquilizante aos professores furões: clemência do Rei aos que resistiram até 1/7. Alguns dizem que o documento continha a possibilidade de antecipar o reajuste do Piso (anunciado pelo Governo para Dezembro) para Setembro. Outros pediram que as lideranças do Sintep rasgasse o mesmo na frente do Palácio Paiaguás, enquanto Gilmar Soares fazia a sua leitura. Então, no final do ato, foi decidido que o mesmo será apreciado em Assembléia Geral, que acontecerá na próxima Segunda-feira, a partir das 14h na E.E. Presidente Médici.

Na seguinte Assembléia, também será discutida a suspensão da Greve, ante ao status de "ilegal" e ao corte de pontos dos grevistas. Enquanto a Assembléia não chega, trabalhadores permanecem acampados na Praça Ulisses Guimarães e convocam a todos (as) os Professores (as), estudantes e funcionários do apoio, a participarem da próxima Assembléia.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO CONVOCAM CUIABÁ PARA ATO - HOJE, ÀS 14H NA PRAÇA ULISSES GUIMARÃES!


Trabalhadores da Educação convocam mais uma vez a comunidade da baixada cuiabana para ato CONTRA A PRECARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO e pretensa ILEGALIDADE da Luta iniciada no último dia 6 de junho. A concentração vai ser na Praça Ulisses Guimarães (em frente ao Shopping Pantanal), a partir das 14h.

COMUNIDADE ESCOLAR DA ESCOLA HELIODORO SAIU ÀS RUAS DO BAIRRO PARQUE CUIABÁ PARA PROTESTAR CONTRA REPRESSÃO DO ESTADO À GREVE!



Notícia surpreendente, principalmente quando a tendência tem sido o abandono da luta, depois de ataques na televisão aberta (financiados pelo Governo de MT que não tem dinheiro pra financiar a Educação) à greve e que a mesma foi decretada pelo judiciário (corrupto) de “ilegal”! Vou relatar exatamente como presenciei este fato e contextualizar a todos (as) os leitores (as) deste blog, o que a magnitude deste ato que ocorreu ontem.

O Parque Cuiabá, antes de mais nada, se trata de um bairro localizado na Zona Sul da cidade, ao lado de bairros como Parque Atalaia, Nossa Senhora Aparecida, Cohab São Gonçalo, entre outros. Possui duas escolas estaduais públicas tradicionais, de pelo menos 30 anos de existência (não sei ao certo) cada: Salim Felício e Heliodoro Capistrano da Silva. Cada escola, da mesma forma que várias outras do Estado, conta com professores efetivos (alguns, desde os primeiros anos das mesmas) e interinos. Quando a greve foi deflagrada, as duas escolas aderiram e paralisaram às aulas, assim como as principais escolas públicas da região. Entretanto, no início da quarta semana da Greve, devido aos ataques constantes, ameaças de demissão e exoneração, ilegalidade da greve, corte de ponto (registrar falta em serviço, mesmo com a greve em andamento), várias escolas da Zona Sul retornaram e, no bairro Parque Cuiabá, uma caiu que foi a Escola Estadual Salim Felício. A Escola Heliodoro, por sua vez, chamou uma reunião com toda a comunidade escolar (pais, professores e alunos), divulgada em carro de som no bairro e, durante a reunião, decidiram pela MANUTENÇÃO DA GREVE e mais ainda: que marchariam pelo bairro pra publicizar a toda a população qual é o principal objetivo dessa greve, que tem sido deturpado constantemente na Mídia tradicional.

E ontem, por volta das 19:00h, esta comunidade escolar saiu em marcha nas principais Avenidas do bairro com palavras de ordem, como “A greve é legal, ilegal é o tribubal” ou “Chega de ditadura”, puxadas por vários que estavam presentes. A marcha ainda estava sendo acompanhada pelo grupo de fanfarra da escola, que deu uma grande visibilidade, e carro de som. O ponto alto foi quando a marcha parou em frente à Escola Salim Felício (furona...) e pediu para que os professores e alunos acompanhassem a iniciativa e (pasmem!) alguns acompanharam, conforme relato de professores. Então, após a marcha pelas principais avenidas, a Comunidade Escolar se reuniu em circulo no Centro Cultural do Bairro (espaço aberto), algumas falas foram feitas, inclusive por mãe declarando apoio à luta, e o ato foi encerrado.

Por fim, voltei pra casa extasiado, emocionado e com a missão de relatar estes acontecimentos, pois expressam, com toda a sua simplicidade, que não é hora de recuarmos, de cogitarmos a abaixarmos a cabeça para repressão, mas de sairmos às ruas e partirmos para o enfrentamento. Não pode ficar para depois, para o futuro, as melhorias na Educação deste país. Portanto, que este exemplo sirva a várias escolas e professores grevistas e que estes também convoquem a comunidade escolar para luta!

• Nota escrita pelo Prof. Me. Bruno Pinheiro Rodrigues

terça-feira, 28 de junho de 2011

GRÉCIA, 28 DE JUNHO DE 2011...


Enquanto isso na Grécia: GREVE GERAL...

NESTA QUARTA ACONTECERÁ EM CUIABÁ PALESTRA COM A PROFª AMANDA GURGEL.


Atividade muito importante para pensarmos de maneira contextualizada a Greve na Rede Pública Estadual  de Mato Grosso, juntamente com as greves que se espalharam pelo Brasil (SC, MG, RN e CE, por exemplo), além do indicativo de greve nas Universidades Públicas do Brasil.

MESMO DIANTE DA REPRESSÃO, TRABALHADORES DECIDEM PELA CONTINUIDADE DA GREVE!




"A greve continua, Silval a culpa é sua!", assim gritaram ontem nas ruas do centro de Cuiabá, os (as) trabalhadores (as) da educação em resposta a repressão estatal à greve, iniciada no dia 6 de junho. Por uninamidade, na Assembléia Geral realizada ontem, na E.E. Presidente Médici, todos (as)assumiram o compromisso de que ninguém volta às salas de aula, enquanto não forem ao menos atendidas parcialmente as reivindicações da greve, pois até o presente momento, o Governo do Estado tem se mostrado irredutível para negociações, e no lugar de conversar com trabalhadores, tem ido à mídia aberta coagir profissionais (ameaça de demissão), propagar mentiras (por exemplo, que não tem 'dinheiro em caixa') e, paralelamente, impor o status de "ilegal" à greve.

Atualmente 70 % das escolas no estado inteiro estão paralizadas e uma das propostas aprovadas na Assembléia é de que as mobilizações se intensifiquem para que aquelas escolas que voltaram, também paralizem e se somem à luta, pois este é o momento decisivo da Greve, que exige coesão total da categoria - furo de greve enfraquece a todos.

Nesse sentido, além da continuidade na paralização das aulas, outras atividades foram aprovadas: (1) intensificação na participação do Acampamento que está montado na Praça Ulisses Guimarães (em frente ao Shopping Pantanal) e (2) Ato Público na quinta-feira a partir das 14:00h - o local ainda não foi definido, mas será divulgado nos próximos dias no acampamento.

Sobre a multa ao sindicato e as consequências do 'status de ilegalidade' aos trabalhadores, uma posição foi tomada: recorrer até a última instância do judiciário para reverter a liminar - esforço que já está sendo realizado desde que o sindicato foi notificado. De acordo com lideranças sindicais, NUNCA o motivo de "ilegalidade" provocou o fim de uma greve e não vai ser agora.

Ontem ainda, durante a Assembléia, vários setores da sociedade - partidos eleitoreiros, organizações autônomias, enidades, entre outras -, manifestaram apoio à causa dos trabalhadores, como representantes do Grémio Estudantil da E.E. Liceu cuiabano, na fala do estudante Victor, que disse que tinha vergonha dos professores de sua escola, que furando a greve na volta às salas de aulas contrariando a decisão da Assembléia da categoria, enfraquecem o processo democrático.

Ao término da Assembléia, trabalhadores da educação, marcharam para o Centro de Cuiabá e gritaram e em alto e bom som que a "Greve continua" e a população APLAUDIU de pé a coragem e determinação do movimento, pois todos (as) estão saturados de promessas, sempre para um futuro distante, de pouca ação e muita demagogia!

* Relatório escrito pelo Prof. Me. Bruno P. Rodrigues

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"Greve da Educação: os bastidores do poder" (Parte 1).



Este video foi produzido por professores grevistas lá de SC. De maneira bem-humorada são apresentadas algumas estratégias de um Governo Estadual pra enfraquecimento de uma greve, paralelamente aos impactos da atuação da categoria em "Comando de Greve". Sobre este último ponto, e pensando a realidade em nosso estado, é injustificável a não-formação de um COMANDO DE GREVE PARA ALÉM DA DIREÇÃO DO SINTEP. A argumentação de que o "Estatuto" da entidade proibe algo que é comum a qualquer greve, é um tapa em nossa inteligência.

ASSEMBLÉIA GERAL DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO: HOJE, ÀS 14:00H NA E.E. PRESIDENTE MÉDICI.




Assembléia decisiva para continuidade ou não da Greve, frente aos ataques do Governo Estadual e a briga na justiça pelo direito e manutenção da luta. Todos (as) estão convidados a comparecerem e acompanharem este momento.

domingo, 26 de junho de 2011

"Por uma greve combativa, fazendo frente ao governo do latifúndio" (Autonomia e Luta N° 06).



Chega de sermos destratados. De sermos ignorados. Este é o momento de canalizar as nossas energias para greve . Greve que para nós não rima com a passividade dos dirigentes do sindicato, nem mesmo com a calmaria com que o governador Silval Barbosa e a SEDUC encaram o nosso movimento. Este é o momento de potencializar a greve agitando as nossas demandas e não aceitando as migalhas que caem da mesa farta deste governo omisso em relação aos trabalhadores.

Estamos a mais de 10 dias em greve e observamos o mesmo descaso com o qual os governos e a secretaria sempre trataram e tratam a educação. Nesses dias, pudemos assistir a uma chuva de falas na televisão desautorizando nosso movimento, ludibriando a sociedade com acusações contra os trabalhadores, enfim uma gama de engodos e distorções... Reuniões com as direções das escolas com ameaças infundadas, mas não retrocedemos, o movimento segue forte até a vitória.

A greve ganhou adesão praticamente de todos os municípios do Estado de Mato Grosso, como há muito tempo não se via, além de estar acontecendo em vários Estados do Brasil, como Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Ceará... Trabalhadores da Educação, de norte a sul do país, gritam “Já BASTA!” às condições precárias e desumanas em que estão submetidos diariamente: falta de infra-estrutura, salário de miséria e longas jornadas de trabalho.

Enquanto os representantes do poder público afirmam, mentirosamente, que não existem recursos financeiros disponíveis, nem planejamento orçamentário, para o atendimento das reivindicações (básicas) da categoria, vemos os mesmos aumentarem o próprio salário descaradamente para 26,7 mil e proclamarem ao restante do Brasil o crescimento estadual de MT, que ultrapassa até a média nacional. A pergunta aqui não poderia ser outra: para onde está indo esta riqueza?

Por outra via, não são poucas as críticas quanto à maneira como esta Greve tem sido conduzida: negociações e proposições centralizadas na direção do SINTEP-MT e a grande maioria dos trabalhadores da Educação sem informações nem calendários de luta. Sequer, foi formado um Comando de Greve, ficando a mesma personificada na direção da entidade. As notícias muitas vezes nos chegam por fontes pouco confiáveis como a televisão aberta. A direção não vem encaminhando os outros pontos de pauta...
Chega de Trabalho Escravo! Nestes dias de mobilização a base dos Trabalhadores da Educação deixou claro que o que legitima esta Greve não é somente a questão salarial, embora esta também seja importante. Não podemos mais admitir situações escandalosas como o não-pagamento da hora-atividade de profissionais que fazem o mesmo trabalho que efetivos e não recebem pelo mesmo. Outra distorção são os trabalhadores de nível fundamental que recebem menos que um salário mínimo por 30 horas de trabalho sem praticamente ter um plano de carreira e salário. Exigimos que a direção do sintep não se omita e encaminhe a reivindicação desses pontos.

Não podemos aceitar de modo algum os abusos do governo e a falta de respeito para conosco. Estamos em luta e merecemos ser respondidos. Isso por si só já nos assegura um mínimo de dignidade.

Por tudo isso, conclamamos os(as) trabalhadores(as) da educação a se unirem mais e mais, mobilizando e fortalecendo nosso movimento grevista. É o momento de intensificarmos as nossas ações com atos de rua... e não deixarmos a greve na mão apenas da direção do Sintep. Divulgando nosso movimento e envolvendo a sociedade, exigindo do governo o atendimento das nossas pautas, pois elas são justas e imprescindíveis.


É NA LUTA QUE ARRANCAREMOS A NOSSA VITÓRIA!
O NOSSO MOVIMENTO CRESCE E SE FORTALECE NA RUA! AVANÇAR EM NOVAS CONQUISTAS! NEM UM PASSO ATRÁS!

Venha somar ao Autonomia e Luta.
autonomiaelutamt@gmail.com



Obs. Autonomia e Luta é um boletim produzido por trabalhadores da educação de Mato Grosso inconformados com a precarização da educação e descontentes com o
imobilismo da direção sindical (SINTEP).

Fonte: BLOG DO AUTONOMIA E LUTA (clique no link).

"A greve" por Mauricio Ramos Marques.



Animação que tem por fim retratar o problema da exploração da mão de obra. Realizada integralmente através de desenhos no Pait.

Concepção, arte e montagem: Maurício Ramos Marques

"Kryrie" (música de Edu Lobo)

sábado, 25 de junho de 2011

"Greves em pauta" pelo Prof. Dr. Roberto Boaventura (UFMT).



Depois de longo tempo sem que as greves pudessem se manifestar, em função de sindicatos cooptados, o País começa a ver muitas manifestações de trabalhadores insatisfeitos.

Por aqui, destaco a greve dos professores da rede estadual. Recentemente, participei, a convite do Sintep-MT, de um debate sobre o modelo em que está estruturada a rede de ensino público: o ciclo de formação, substituindo o regime das séries.

De início, lamento a ausência – mesmo justificada – da assessora da Seduc ao evento. Por coincidência trata-se de uma colega do Instituto de Educação/UFMT. Há anos tento estabelecer diálogo acadêmico com meus pares especialistas em educação. Orquestradamente, eles permanecem no silêncio.

Registrei essa ausência – não substituída – porque foi um momento rico em que os professores da rede expuseram suas angústias profissionais. Uma se refere ao contingente de professores contratados precariamente. Há escolas em que efetivos sejam minoria. A outra se refere aos tais “ciclos”.

No que toca à efetividade dos docentes, eis uma preocupação. Conheço casos de professores, ex-discentes de Letras, que passaram em concursos da Seduc e pediram exoneração. Motivos: salários, más condições de trabalho e doentia ambiência escolar. Como os dois primeiros itens nos são conhecidos, enfatizo o terceiro ponto, salvando as exceções.

Começo exemplificando com o que ouvi de um professor de Inglês, aprovado em 2º lugar no penúltimo concurso. Em que pese suas qualidades, inclusive a de ser excelente orador, alunos de 14 e 15 anos não lhe permitiram sequer desejar um “bom dia”, nem em português. Além de perceber estudantes drogados, ouviu a seguinte sugestão: “seja bem tranquilo, professor, caso não queira pra sua cabeça”. Resultado: exonerou-se no dia seguinte para preservar sua vida. Ouvir seu relato é desolador. Aqueles alunos já são frutos dos ciclos de “formação humana”. O fracasso dessas experiências é visível a olho nu.

Nesse sentido, tudo isso coaduna com relatos de acadêmicos meus que estão visitando escolas e entrevistando diretores, supervisores, orientadores, professores e alunos. Resguardando exceções, os relatos estarrecem. Em um deles foi exposto que a escola estadual mais próxima geograficamente à UFMT desativou o ensino do noturno por conta do vandalismo. Se for, posso prever o futuro: outras unidades farão o mesmo. Mais: em breve, o turno vespertino também será desativado; pouco depois, será a vez do turno da alvorada. Tudo é questão de poucas décadas. Quem (sobre)viver, verá o desmonte do sistema; ou melhor, do País!

Não tenho dúvidas da complexidade e abrangência político-sociopedagógicas que envolvem tudo isso. Todavia, a flexibilização do rigor na educação é um dos motivos centrais de uma sociedade irresponsavelmente permissiva e corrupta. Nesse sentido, o espanto de um dos meus acadêmicos africanos conveniados com a UFMT chamou atenção. Ele estava assustado com o que viu numa escola: completa falta de respeito dos estudantes com os professores. Perguntei-lhe se em seu país – Guiné-Bissau – era diferente. “Sim. Lá, um aluno não desrespeita um professor. Se tentar, ele é punido pela escola e pelos pais”, respondeu-me.

Pois por aqui é diferente. Essa diferença, que é uma aberração, nos “ranqueia” como uma das piores educações do planeta. Logo, salvar as novas gerações, por meio de rigorosa educação, deve ser nosso maior desafio.

No próximo artigo, falarei da “enturmação dos ciclos”, adotado pela Seduc. Sabem o que isso? Preparem-se.


*ROBERTO BOAVENTURA DA SILVA SÁ - dr. em Ciência da Comunicação/USP e prof. da UFMT

sexta-feira, 24 de junho de 2011

MAIS REPRESSÃO DO ESTADO: A LUTA DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO É ILEGAL?



A terceira semana da Greve dos Trabalhadores da Educação está encerrando hoje, 24 de junho, e até agora, em nenhum momento desta greve, o ilustríssimo Governador do Estado de MT, Silval Barbosa, se dispôs a conversar com a categoria, sempre alegando compromissos mais "importantes", sendo incumbida para tal a responsável pela Secretária da Educação no Estado, a senhora Rosa Neide. A situação tem sido muito clara: como o DIÁLOGO não avança com a Secretária, pois esta só se restringe em afirmar aquilo que todos (as) já estão cansados de ouvir - "não tem recurso", "não tem planejamento", etc., etc.(mas tem pra bancar propaganda em televisão aberta e aumento de salário de parlamentar) -, a categoria tem buscado conversar diretamente com o Governador do Estado. Todavia, uma audiência com o Governador do Estado tem sido tão difícil quanto uma audiência com o Presidente dos EUA, pois o mesmo tem fugido do DIÁLOGO com a categoria, como o diabo foge da cruz...

Por outra via, enquanto se negam ao DIÁLOGO com os Trabalhadores da Educação do Estado, têm ido à Mídia Coorporativa quase que diariamente desqualificarem a luta dos Trabalhadores, conclamando aos mesmos que voltem à sala de aula, pois segundo a "versão oficial", estamos prejudicando cerca de 400 mil estudantes no Estado inteiro! Ou seja, na visão dos gestores do latifundio, somos nós, trabalhadores da educação, os responsáveis por todo fracasso que é a Educação Pública neste país! Somos nós, trabalhadores desmotivados que mal ganham pra 'sobreviver', os responsáveis pelo "caos na educação"! Tudo ocorreria de maneira maravilhosa, segundo os tais gestores, se simplesmente os trabalhadores voltassem com o "rabo entre as pernas" à sala de aula e se calassem...

E como se não bastasse, a REPRESSÃO do Estado assumiu outra forma: no último dia 22 de junho, depois do pedido 'duvidoso' do Governo do Estado de MT, o Desembargador José Tadeu Cury (grave bem este nome e depois faça uma pesquisa na internet...) decretou ilegalidade da greve! Isso mesmo, o senhor desembargador entendeu que todas as reivindicações da categoria são ILEGAIS, mesmo diante de uma série de estudos que escancaram a DESVALORIZAÇÃO explícita da categoria em relação a outras profissões, ao escasso investimento na educação no Estado de MT (era pra ser até 35% do orçamento do estado, mas atualmente é 25%...)!!! Segundo a Procuradoria do Estado, a greve teria se tornado ILEGAL porque estaria impedindo a prestação de serviço público, que é ESSENCIAL num Estado de Direito, como se esse serviço público tivesse sido prestado em algum momento na história da educação pública deste país, com alguma eficiência ou qualidade... Esta liminar, em outras palavras, é um golpe baixo não somente aos trabalhadores da educação, que estão tentando um DIÁLOGO de todas as formas com os gestores do Estado, mas até mesmo ao próprio instrumento de luta conquistado historicamente pelos trabalhadores deste país, que é a GREVE. Simplesmente, querem NEUTRALIZAR, por meio dos poderes ILIMITADOS que hoje possui o judiciário neste país, a nossa voz e nossa indignação.

De acordo com informações do Sintep, a Assessoria Juridica da Entidade já está recorrendo a esta referida decisão e, na segunda-feira (27/6), acontecerá uma Assembléia Geral dos Trabalhadores da Educação de MT, na Escola Presidente Médici, a partir das 14:00h, para decidirem uma tomada de posição sobre a Greve.

Por fim, o que precisamos fazer para que os gestores públicos deste Estado entendam e compreendam a nossa força? Uma GREVE GERAL? Eis a pergunta que tem pairado no ar...

* Nota escrita pelo Prof. Me. Bruno Rodrigues



quarta-feira, 22 de junho de 2011

AMANDA GURGEL PALESTRA EM CUIABÁ NO DIA 29/6!




Exatamente no mesmo momento que a repressão estatal do Governo do Latifúndio se intensificou - televisão aberta, liminares no judiciário e pressões realizadas em coordenações das escolas que estão em greve para que as mesmas furem a ação coletiva dos trabalhadores da educação -, no próximo dia 29/6 (quarta que vem) a professora Amanda Gurgel palestra em Cuiabá, numa atividade organizada em conjunto por várias forças sindicais e entidades. O evento acontecerá no Auditório do Centro Cultural da UFMT, às 10:00h. A partir das 14:00h, o evento prosseguirá com Ato na Praça Ulisses Guimarães - a mesma do Acampamento.

Amanda Gurgel se trata de uma professora da Rede Pública do Rio Grande do Norte, que mês passado, devido a uma contundente intervenção em Auditoria realizada com representantes do Governo do RN para discutir a Educação Pública daquele estado, obteve grande popularidade, a ponto de participar de Programas de grande popularidade na Televisão Aberta - "Programa do Faustão", por exemplo -, além de virar sensação no site Youtube. Pra quem não conferiu, abaixo o video de intervenção da Professora e, adiante, a entrevista concedida no referido programa:



TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO FAZEM VIGÍLIA EM FRENTE AO PALÁCIO PAIAGUAS!




Desde a parte da manhã Trabalhadores da Educação permanecem em Vigília em frente ao Palácio Paiaguas, no Centro Político Administrativo de MT, cobrando do Governo do Estado o atendimento das reivindicações da greve. Até o presente momento, está acontecendo o que já era previsto: o Governador do Estado, Silval Barbosa, não deu as caras, assim como também não compareceu na Audiência com os Trabalhadores da Educação, do último dia 8 de junho - na ocasião, o mesmo tinha um "compromisso mais importante"... E aqui as perguntas não poderiam ser outra: por que Silval está fugindo do debate??? Do que Silval tem medo???